Zi Reis – Uma artista academicamente da Rua
Sou Zi Reis, mãe, multiartista, artivista visual, grafiteira, cineasta, poeta marginal e arte educadora, atualmente moradora do Bairro Nacional em Contagem – Minas Gerais.
Sou Bacharel em pintura, Artes visuais EBA UFMG. Costumo dizer que meu gosto pelas artes nasceu numa situação de violência doméstica, fui descobrir depois de mais velha que comecei a desenhar para me abrigar da violência que existia na minha casa, e arte desde então é meu lugar de refúgio e resistência!
O que te levou a fazer arte além do atelier? Você sente a rua e o coletivo, como extensão do atelier?
A arte é meu lugar de existência no mundo, “criar para mim é desatar angústias” e também construir mundos possíveis. A rua é a galeria mais popular que existe! O que me levou a pintar na rua foi um desejo imenso de partilhar as minhas poéticas. Comungo com os valores da cultura urbana e do Hip Hop, que pregam coletividade e uma reflexão crítica da sociedade.
Zi Reis – Duelo de MCs – 12-08-18 ©Pablo Bernardo
Pintar na rua é apresentar um contrasenso ao sistema capitalista que quer nos cercar de valores de individualidade, solidão e automatismo. A rua também é lugar de trocas e experimentações para criação incrível, por isso também um grande e vasto ateliê, onde o artista é atravessado pela paisagem e pela vida que habita ao redor o tempo todo.
Quais as dificuldades de fazer arte na rua, sendo uma mulher? Ainda percebe preconceito quanto a isso ou só desperta curiosidade nas outras pessoas?
A dificuldade muitas vezes de fazer arte na rua sendo mulher, é ter a coragem para ir pra rua. Porque muitas vezes nos é dito que a rua não é lugar para mulheres, mas viemos há muito tempo quebrando esses paradigmas.
Hoje enxergo que a maior dificuldade é a visibilidade para as mulheres que realizam arte na rua e mais abertura nos eventos e festivais para a participação feminina.
Muitas vezes pintando na rua já sofri assédio diversos, é necessário muita persistência para ser mulher e pintar na rua! Mas vejo também em contrapartida que a força da mulher é tão gigantesca que quando superamos estes desafios a potência é tão bela e exuberante que toda a sociedade sai ganhando.
Links de vídeos:
Telas urbanas – (2015):
https://www.youtube.com/watch?v=2Y5xpDbIrBI&t=148s
Programa Conversações – Rede Minas de televisão – (2016):
https://www.youtube.com/watch?v=Ri0sZodljJM
Primeiro encontro Delas – Minas de Minas – (2017):
https://www.youtube.com/watch?v=jbJnFL7J_D4&t=2s
Programa Mistura Fina- Rede Minas de Televisão – (2019):
https://www.youtube.com/watch?v=RFO-1W1BWHk
Filme “Além do Muro” sobre mulheres e graffte em Belo Horizonte – (2017):
https://www.youtube.com/watch?v=LAMChjJpMko
Jornal da canastra – Bambuí- MG – (2018) :
https://www.youtube.com/watch?v=eim6TvJXjGo
Redes sociais :
https://www.instagram.com/zireisoficial/
https://www.facebook.com/zitirim
Por Ana Gomes
Para acessar outras matérias da colunista Ana Gomes, acesse o link abaixo: